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ROTEIRO DA SERRA

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POR TERRAS DO PARQUE NATURAL
DAS SERRAS D´AIRE E CANDEEIROS

Salinas – Chãos - Alcobertas – Casais Monizes

Este percurso tem início nas Salinas, junto à povoação de Fonte da Bica, a 3km, apenas, do centro da cidade de Rio Maior.



Como chegar às Salinas:
• Se vem de Santarém pela EN 114, ou pela A15 (saída Rio Maior Este), ou de Alcanede pela EN361: passe o Quartel dos Bombeiros Voluntários e vire à direita. Siga em frente, ao longo da Av. Dr. Mário Soares, onde encontrará à sua esquerda, o Pavilhão Multiusos e o Terminal Rodoviário. Passe o Estádio Municipal e vire à direita. Siga em frente, durante aproximadamente 2,5 km, até avistar as Salinas à sua esquerda.

• Se vem do Norte pelo IC2: deve seguir as indicações para Rio Maior, que o levarão à povoação de Alto da Serra. Aí, encontra um pequeno entroncamento à esquerda, onde uma placa lhe indica a direção das Salinas. Siga em frente, descendo a serra, até avistar as Salinas.

• Se vem do Oeste, pela EN114 ou pela A15 (saída em A-dos-Francos): chegado ao cruzamento na Freiria de Rio Maior, vire à esquerda e depois na primeira à direita na direção do Centro de Saúde. Siga pela Av. de Portugal, passando uma primeira rotunda e contorne uma segunda rotunda (Praça Francisco Sá Carneiro) saindo à esquerda na direção das Salinas. Siga em frente durante, aproximadamente, 2,5 km.

• Se chega pelo IC2 ou A15 (saída Rio Maior Oeste), junto à povoação de Asseiceira: entrará em Rio Maior virando à direita, junto à rotunda. Siga em frente ao longo da rua Dr. Francisco Barbosa e contorne a rotunda, no centro da cidade, continuando na mesma direção, ao longo da Av. Paulo VI. Depois de passar o Complexo Desportivo, encontrará outra rotunda (praça Francisco Sá Carneiro), onde deve virar à direita. As Salinas ficam a cerca de 2,5 km.



AS SALINAS

O Norte do concelho de Rio Maior integra-se na área protegida do Parque Natural das Serras D´Aire e Candeeiros, da qual também fazem parte as Salinas de Rio Maior.

As Salinas, ou Marinhas de Sal, como também são conhecidas, encaixam-se num vale tifónico no sopé da Serra dos Candeeiros, rodeadas de arvoredo e terras de cultivo.
O conjunto apresenta-se como uma minúscula aldeia de ruas de pedra e casas de madeira, junto à qual se destacam uns curiosos tanques de formas e dimensões irregulares, que a partir da Primavera se enchem de água salgada dando origem a alvas pirâmides de sal.
Poderá solicitar um folheto explicativo junto ao Posto de Turismo das Salinas.

Dirija-se, agora, a Alcobertas virando à esquerda no cruzamento junto às Salinas e comece a subir, a par da vertente sul da serra dos Candeeiros (assim denominada pela presença abundante de oliveiras plantadas pelos monges de Alcobaça e das quais se fazia o azeite, combustível para as candeias). Neste estreito vale e numa extensão de cerca de 11 km, situam-se os povoados de Pé da Serra, Vale de Laranjas, Teira, Portela de Teira e Alcobertas.

As características cársicas desta elevação, fazem com que a água se escoe pelas inúmeras fendas que sulcam o terreno. A ausência de águas de nascente e a natureza pobre da terra, salpicada por afloramentos calcários, condicionou a atividade agrícola e inibiu a vida material destas populações. A adaptação ao espaço físico levou a um mapa cultural que diferencia as gentes da região.

Para remediar a carência de água, as populações foram obrigadas a disponibilizar meios para armazenar e conservar o precioso líquido. Em todas as comunidades e na maioria dos lares, as cisternas e as pias marcam presença.
As culturas de sequeiro, a oliveira e os rebanhos definem a atividade produtiva destas comunidades. Da despedrega (limpeza) dos terrenos para amanho, nascem os muros de pedra solta delimitadores da propriedade, os redis de gado, os abrigos de pastores, as eiras, etc.

A Serra dos Candeeiros domina a paisagem da região, que corresponde a um ambiente típico de uma zona montanhosa e calcária, de aspeto seco e agreste com reduzida vegetação.


CHÃOS

Antes de chegar à vila de Alcobertas, deverá seguir a direção de Chãos, aldeia serrana, à esquerda.

Chãos é uma pequena povoação pertencendo à freguesia de Alcobertas e situada na vertente sul da Serra dos Candeeiros, num pequeno planalto a poucos metros do cimo da serra. O seu nome provém dos terrenos, bons para cultivo (terra chã). Pela sua localização a paisagem estende-se a perder de vista. Para sul avista-se Santarém e outras povoações ribeirinhas do Tejo. Subindo, para Oeste, avista-se a Nazaré, S. Martinho do Porto, Peniche e as Berlengas.


Apesar da descaracterização que tem sofrido, ainda é possível ver a propriedade dividida por muros de pedra (choiso ou choisa consoante a sua dimensão), algumas cisternas e eiras.
As cisternas constituem elementos importantes da arquitetura rural na medida em que eram de importância vital para as famílias serranas dada a escassez de água à superfície. A cisterna e a eira eram os elementos que distinguiam economicamente as famílias. A melhor herança que se podia deixar aos filhos era uma boa cisterna.

Percorra a principal rua da aldeia, ao fundo da qual encontrará o Centro Cultural de Chãos (CCC), construído pelo Rancho Folclórico de Chãos e gerido pela Cooperativa Terra Chã, entretanto criada. Este Centro Cultural integra um restaurante, um bar, uma área de alojamento e salas multiuso. Num edifício próximo, encontra-se a Oficina de Tecelagem.

Desde a sua criação o Rancho Folclórico de Chãos teve como objetivo a criação de dinâmicas que respondessem às problemáticas de uma aldeia vivendo o declínio da agricultura como atividade estruturante. Era importante criar emprego para fixar as pessoas à aldeia e valorizar uma área protegida construindo alternativas.

O Centro de Alojamento é constituído por quatro quartos mobilados com beliches e casas de banho privativas. Possui uma varanda debruçada sobre a serra, com uma paisagem magnífica que se estende desde a serra até aos campos da Beira Tejo.

Os cortinados, as cortinas e os tapetes de todo o centro foram confecionados pelas tecedeiras da Oficina de Tecelagem, com desenhos e padrões diferenciados, criando um ambiente acolhedor, envolvente e calmo, integrando-se com as madeiras do pavimento e do teto.

A funcionalidade dos recursos logísticos do CCC possibilita uma resposta integrada a ações de educação ambiental, de lazer, de vocação científica, de formação sóciocultural ou campos de férias.

Formada por calcários, a Serra dos Candeeiros ergue-se em anticlinal e atinge neste pequeno território uma altitude de 487 m.


ALCOBERTAS

A Gruta de Alcobertas, com uma extensão de 210 metros, atinge em alguns locais 9 metros de altura. Em 1878, na obra Portugal Antigo e Moderno, Pinho Leal dedica-lhe três páginas, considerando-as as mais belas grutas da Europa, no entanto, com o decorrer do tempo estas grutas foram sendo danificadas, chegando a estar encerradas ao público. Atualmente, as visitas à gruta são possíveis em grupo e através de marcação junto da Cooperativa Terra Chã (243 405 292 * 967 224 406).

No 2º domingo de cada mês, a Cooperativa Terra Chã proporciona uma Visita Interpretativa à Gruta de Alcobertas. É necessária inscrição prévia através do e-mail geral@cooperativaterracha.pt ou 967 224 406 ou 918 739 153. Para mais informações consulte o Facebook da Cooperativa.

Alcobertas é a segunda maior freguesia do concelho de Rio Maior, com cerca de 1.923 habitantes e a sua criação remonta a 1536. Abrange uma área de 32 km2, parte dos quais inseridos no PNSAC. O nome vem do árabe e refere-se ao facto do vale se encontrar coberto de neblina durante parte da manhã, encobrindo a povoação.

Aqui, o Maciço Calcário Estremenho confere apreciável originalidade à paisagem. A riqueza natural deste território cedo atraiu o homem, pelo que, a sua presença remonta pelo menos ao Neolítico, período a partir do qual existem vestígios da sua presença, como é o caso do Dolmen de Alcobertas.

Siga a rua principal da vila até encontrar um entroncamento onde está sinalizada a Igreja Matriz. Vire à direita e estacione em frente à igreja, junto ao cemitério.

Detenha-se no exterior, junto ao Dolmen (capela lateral de Santa Maria Madalena), monumento megalítico de carácter funerário, composto de câmara e corredor. É uma construção típica do Neolítico Final encontrando-se entre os dez maiores da Península Ibérica. A cobertura nada tem a ver com a original, uma vez que o monumento foi adaptado pelo cristianismo em data incerta.

Em Portugal apenas existem três dolmen-capela, situados em Pavia, São Brissos e Alcobertas. Os dois primeiros encontram-se no Alentejo e constituem pequenas ermidas isoladas, enquanto o de Alcobertas deu origem à igreja Matriz. Podemos, assim, afirmar estar perante um monumento único no nosso país.

Assim que os olhos se tiverem acostumado à penumbra no interior da igreja, dirija-se à entrada do Dolmen, não deixando de reparar no pequeno degrau que o separa da nave central da igreja. O misticismo que nos envolve não passará despercebido ao turista mais insensível, independentemente de credos e religiões; afinal estamos em presença de um monumento com cerca de 5 mil anos… coisa pouca!

A prática religiosa tem grandes tradições em Alcobertas, quem sabe, desde o Neolítico. Talvez aí se encontre a explicação para o facto daquele monumento pré-histórico ter sido adaptado ao Cristianismo e ter o local de culto vindo sucessivamente a ser aumentado. No interior da Igreja sobressaem, pela sua qualidade e antiguidade, a Pia Batismal e a Pia de Água Benta, ambas do século XVI.

Volte atrás, e vire à esquerda no entroncamento. Já na rua principal da vila, alguns metros à frente, vire à direita e dirija-se aos Olhos d´Água, designação popular para a nascente da Ribeira de Alcobertas. Esta nascente torna-se especial por ser dos poucos lugares onde a água aparece à superfície (exsurgência). Ainda hoje aí é possível encontrar habitantes das redondezas a lavar roupa. O pequeno parque de merendas, instalado pelos técnicos do PNSAC, convida à paragem e ao descanso.

Retome o caminho por onde veio. Vire à direita no entroncamento e novamente na rua principal da vila de Alcobertas, vire à esquerda, quando vir a placa indicativa de Potes Mouros. Cerca de 50 metros à frente, encontra o Forno Medieval de Alcobertas, descoberto nos anos cinquenta do passado século, quando se procedia à preparação do terreno para a instalação de uma fábrica de cerâmica.

Para a sua implantação foi criada uma plataforma, procedendo ao desaterro e nivelamento de parte da encosta do maciço onde se encontram os Silos. Nesta, por sua vez, foi escavado o espaço, necessário para a implantação de toda a estrutura (fossa de alimentação, conduta, fornalha e câmara de cozedura).

Subsistem ainda vestígios da conduta, estando o restante em relativo bom estado de conservação. A fornalha é composta por três arcos sobre os quais assenta a Câmara de Cozedura e conferem estabilidade a todo o conjunto.

Possui uma planta sub-quadrangular. As paredes foram feitas de barro cru encostado ao terreno, com uma espessura média de 10 cm sendo relativamente finas nos cantos.

Ao deixar o Forno, suba até encontrar a indicação de Potes Mouros, à esquerda. Encontrará os silos no cimo de um maciço de grés avermelhado. Deverá ter cuidado para não cair dentro de algum, uma vez que são escavados na rocha formando buracos que, na forma interior, não diferem muito de uma enorme talha, constituindo circunferências irregulares com cerca de um metro de diâmetro, que chegam a atingir quase dois metros de profundidade. Alguns têm o fundo plano e outros semicircular, ideais para conservar cereais e outros produtos embalados em contentores cerâmicos (vinho ou azeite). Quando estavam cheios, eram cobertos por palha, barro e calcário, que protegiam completamente a colheita da entrada de água, humidade e animais.

Foram descobertos no decurso da exploração deste local como saibreira, tendo sido destruídos vários no decurso da extração de saibro, usado como argamassa e para a confeção de adobes (blocos secos ao sol para construção). Atualmente subsistem trinta e cinco, dos quais seis estão parcialmente entulhados.


CASAIS MONIZES

Para visitar a aldeia de Casais Monizes, num dos pontos mais elevados do concelho de Rio Maior e fazendo, já, fronteira com o concelho de Porto de Mós, deverá voltar atrás até à rua principal de Alcobertas e virar à direita. Siga as indicações para Casais Monizes.

Na subida, que é bastante íngreme, não deixe de reparar nos moinhos de vento abandonados e, sobretudo, na magnífica paisagem que se alcança em todas as direções.

Quanto à aldeia, repetem-se algumas características serranas como os muros de pedra, as eiras e as cisternas. Embora esteja bastante descaracterizada, começam a aparecer já algumas casas de pedra recuperadas.

Seguindo ao longo de Casais Monizes, na direção de Vale de Ventos, encontrará um pequeno Parque de Merendas, junto a um cruzamento. Virando à esquerda, fará a viagem de regresso até ao Alto da Serra, pela cumeada da Serra dos Candeeiros.

O percurso é feito através de caminhos pitorescos rodeados de vegetação característica desta serra, mais ou menos rasteira, conforme vamos avançando, e ao longo do qual poderemos observar uma pequena lagoa; uma pedreira; o Centro de Acolhimento do Alto da Serra e dois moinhos recuperados.

O Centro de Acolhimento é o resultado do aproveitamento de antigas instalações da Direcção Geral de Florestas, constituído por duas casas de apoio aos visitantes, com capacidade para 4 e 8 pessoas, respetivamente e delas pode ser desfrutada a paisagem do Vale da Fonte da Bica, onde se localizam as Salinas.

Um pouco mais à frente, igualmente do lado direito, e escondidos pela vegetação, quase passam despercebidos dois moinhos transformados em unidades de alojamento turístico.

Do seu lado esquerdo, num plano inferior, estende-se a cidade de Rio Maior. Continuando em frente, chegará a um cruzamento que o conduzirá ao IC2, virando à direita ou a Rio Maior, virando à esquerda.


Atividades:
* Aluguer de bicicletas (Cooperativa Terra Chã)

* Percursos pedestres (Chãos – Alcobertas e Chãos – Gruta, Salinas),

*Escalada e Rappel em Chãos

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