NÓGADOS
Vila da Marmeleira
O nógado tem origem no Alentejo, onde é feito com pinhões e caramelo ou mel.
Aparentemente a tradição de confecção deste doce chegou ao concelho de Rio Maior através de duas famílias, os Varela e os Delgado Fernandes.
Os primeiros terão vindo de Ponte de Sor e Torres Novas, sendo a sua origem espanhola. Os Delgado Fernandes, família abastada que se radicou no concelho há mais de 150 anos, possuíam propriedades no Alentejo, tendo trazido consigo
empregadas domésticas com raízes alentejanas.
Devido à grande quantidade de ovos e mel necessários para confeccionar o Nógado este apresentava-se como um doce dispendioso próprio das mesas mais ricas ou de dias
festivos como o Natal, Dia de Todos os Santos ou Carnaval.
Normalmente eram servidos depois do jantar com café ou um cálice de vinho do Porto.
São um doce de Inverno pois o mel tem que atingir o ponto de rebocado para ligar as bolinhas fritas, difícil de conseguir com as altas temperaturas estivais.
INGREDIENTES
1 Kg de mel
14 Ovos
Azeite
1,5 Kg de farinha de Trigo
Canela
Amassam-se muito bem todos os ingredientes. Deixa-se descansar a massa cerca de urna hora. Com a massa fazem-se rolinhos compridos (ao tamanho da mesa que se tiver disponível) de espessura mais fina que um dedo. Depois de feitos os rolinhos de massa, cortam-se com urna tesoura em pedaços com cerca de metade do tamanho da cabeça de um dedo.
Fritam-se em azeite bem quente.
O mel leva-se ao lume com algumas gotas de água, para não pegar, até ficar no ponto. Nesta altura juntam-se-lhe os grãos de massa já fritos e vão-se dando umas voltas ao tacho para não pegar.
O preparado deita-se numa mesa de mármore e formam-se com ele duas tortas bem apertadinhas que se deixam secar cerca de uma hora.
Com uma faca partem-se fatias fininhas que se polvilham com açúcar para não se pegarem.
Se forem guardados em caixas bem fechadas em sítio fresco e seco, os nógados podem durar várias semanas.
Nota: A freguesia de São João da Ribeira tem uma receita própria dos nógados, usada há mais de sessenta anos, com uma confeção mais económica do que da Vila da Marmeleira.
Onde saborear: Tasquinhas e Tasca da Dedé