O Olho d´Água de Alcobertas encontra-se na Vila de Alcobertas em pleno Parque Natural das Serras d´Aire e Candeeiros (PNSAC).
O Parque Natural das Serras d´Aire e Candeeiros constitui um dos maiores reservatórios de água doce subterrânea do nosso país. Nesta zona cársica formam-se muitas cavernas e fendas devido à erosão do calcário pela ação das águas pluviais.
Uma das particularidades mais marcantes da paisagem das regiões cársicas típicas está ligada ao regime hídrico, ou seja, o modo como é efetuado o escoamento da água que se precipita na região.
A ausência de água à superfície contrasta com a existência de uma verdadeira rede hidrográfica subterrânea, onde as grutas desempenham um importante papel na sua condução e armazenamento.
Nesta Área Protegida, o papel funcional das grutas atinge enorme expressão, bem como o seu relacionamento com outros fenómenos típicos destas regiões, com especial relevo para as nascentes que na sua orla constituem pontos de restituição à superfície, dando origem a importantes cursos de água, como é o caso da Ribeira de Alcobertas, afluente do rio Maior e subafluente do rio Tejo.
O visitante deste Parque Natural tem aqui a oportunidade de observar e compreender as diferentes fases do ciclo da água na região.
A NASCENTE
O Olho d´Água de Alcobertas é um pequeno oásis na aparente secura que o rodeia, representando um dos poucos locais na área do Parque, onde a água, em relativa abundância, surge à superfície e permanece ao longo do ano. É uma das cinco principais nascentes perenes (i.e. constantes) do Maciço Calcário Estremenho, sendo as restantes a do Alviela, a do Almonda, a do Liz e a da Chiqueda.
Esta nascente foi ponto de abastecimento para animais e pessoas que percorriam vários quilómetros desde aldeias vizinhas em busca da água que sempre escasseou na região, conforme retratado no painel de azulejos. Ainda hoje aqui se demolham tremoços.
A RIBEIRA DE ALCOBERTAS
Neste lugar tem origem a Ribeira de Cima, que adota a designação de Ribeira de Alcobertas junto à confluência com o rio Mourual, a cerca de 4 km. Esta linha de água percorre cerca de 25 km, escoa no sentido Noroeste-Sudeste, tem como afluente na margem esquerda a Ribeira de Vale Barco e encontra-se com o Rio Maior na Vala da Asseca (Santarém) que, por sua vez, desagua no Tejo na zona de Azambuja.
Calcário – do latim calcariu, relativo à cal. Rocha sedimentar constituída por carbonato de cálcio.
Carsificação profunda – conjunto de processos baseados, fundamentalmente, na infiltração da água e da dissolução que esta provoca sobre as rochas em profundidade.
Carso – paisagem sobre rochas carbonatadas (calcários, mármores…) modelada devido à erosão. O nome deriva de Karst, uma região na Eslovénia com este tipo de paisagem.
Jurássico - período geológico no qual dominaram os dinossáurios e em que o desenvolvimento da vegetação era abundante. Durou cerca de 54 milhões de anos, sensivelmente entre 208 a 144 milhões de anos atrás.
Neolítico – de neo (novo) e lithos (pedra). Período da evolução humana entre os 5.000 a 2.500 a. C., último da Idade da Pedra, situado entre o Mesolítico e a Idade dos Metais, e no qual ocorreu a sedentarização, a prática agrícola, a domesticação de animais e pastorícia, o fabrico de cerâmica e a construção de grandes estruturas em pedra (ex. dolmens, antas).
O pequeno parque de merendas, convida à paragem e ao descanso.