Segundo lenda popular, descrita por Frei Agostinho de Santa Maria, no Santuario Mariano, e historia das imagẽs milagrosas (1), a origem da Igreja está associada à aparição de Nossa Senhora nos campos de Arrouquelas.
No tecto da nave encontramos uma pintura sobre tela alusiva ao milagre e aparição de Nossa Senhora. Associada ao milagre está a pequena fonte, conhecida como "fonte da Igreja", alvo de devoção e peregrinação, durante vários séculos, pelo facto de ter um papel direto na aparição de Nossa Senhora e, assim, considerarem as suas águas com poderes curativos. Poderemos estar perante a cristianização de um antigo espaço de culto pagão relacionado com divindades aquáticas.
O local ocupado pelo atual edifício terá evoluído da ermida que então se erigiu em homenagem a Nossa Senhora.
A Igreja destaca-se na fachada pela sua galilé e portal maneirista em calcário lavrado e no interior pelo revestimento das paredes com um silhar de azulejos padrão policromado do século XVII. O frontal do altar é revestido por azulejos hispano-mouriscos de aresta de decoração gótica do século XVI. Entre as imagens que adornam esta igreja-salão de nave única, incluem-se a da padroeira, localizada no altar-mor, a imagem barroca de Nossa Senhora da Assumpção e a de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.
No espaço exterior envolvente há a destacar um relógio de sol, datado de 1869, e uma pitoresca fonte de origem medieval. No nicho que encima o corpo da actual fonte, a reforçar a sacralidade da mesma, encontramos uma cruz no calvário em alto-relevo.
(1) Agostinho de Santa Maria, Frei (1642-1728), Santuario Mariano, e historia das imagẽs milagrosas de Nossa Senhora (…), Lisboa: Na officina de Antonio Pedrozo Galrão, anno de 1707-1723, Vol. 2, pp. 485-486.
GPS: 39.259034,-8.8885137