As Eiras
Na Serra dos Candeeiros pode-se encontrar eiras com a forma circular, mas também rectangulares, delimitadas por pequenos muros, apenas com uma abertura para permitir a entrada e saída. O piso é geralmente coberto de argamassa ou com lajes, mas também existem eiras com o piso em terra batida mas que precisavam de ser tratadas antes de utilizadas.
A eira não era só lugar de trabalho, mas também se transformava num local de festa. As pessoas da aldeia ao se juntarem na eira permitiam um certa descontração e conversas animadas. Era igualmente um local onde se cantava, dançava e, claro, namorava.
As Cisternas
A ausência de água à superficie em grande parte da Serra dos Candeeiros, levou a que os seus habitantes tivessem que recorrer a reservatórios de água (cisternas) para poderem ter água durante todo o ano (isto antes da água canalizada). Devido à natureza calcária da serra era inútil abrir poços, logo o único meio de se ter água era retendo a água da chuva.
A água era então considerado um bem precioso e utilizada apenas para o essencial do dia-a-dia das famílias. Dada a sua importância, algumas aldeias possuíam cisternas comunitárias.
Para a construção das cisternas aproveitavam-se pequenos algares ou depressões rochosas ou então construíam-se de raiz. As cisternas eram sempre tapadas para evitar que a água se sujasse, evaporasse ou houvesse o aparecimento de algas com os inevitáveis insetos. Para a impermeabilização era tradicionalmente usada uma mistura de azeite e cal.
Engenhosa era a forma usada para encaminhar a água dos telhados para a cisterna que recorria a caleiras ou então a pequenas reentrâncias nas paredes ou muros.
Estes autênticos elementos de arquitetura rural podem ser observados em Casais Monizes e em Chãos.
Em Chãos, a Cooperativa Terra Chã tem promovido a recuperação e revitalização das estruturas do património rural nas quais as cisternas se incluem.
Covas do Bagaço
O Bagaço da azeitona guardava-se nas Covas do Bagaço para ser utilizado posteriormente na alimentação dos porcos e galinhas, mas também servia para a lareira e para adubar as terras.
As Covas do Bagaço são assim mais um equipamento associado às casas serranas. Como a oliveira se dá bem em terreno pedregoso e seco durante o verão, esta árvore abunda na Serra dos Candeeiros e na Aldeia de Chãos, por exemplo, ainda se podem ver várias destas covas.
A cova é um pequeno reservatório circular escavado no solo, não muito profundo e tem um muro à volta. Para conservar o bagaço destinado à alimentação animal, era costume espalhar sal entre as camadas e no final tapar a cova com uma laje para a proteger da chuva.
Na Aldeia de Chãos, nasceu em Março de 2001 a
Cooperativa Terra Chã que pretende assumir um papel importante na divulgação e valorização do património ambiental, paisagístico e cultural. O Centro Cultural de Chãos afirma-se como uma unidade dinamizadora e integra ainda o Pólo de Receção, o Centro de Artes e Ofícios, os centros de Alojamento e o Restaurante regional.