Para além do sal, as Artémias são um importante ícone das nossas salinas, particularmente ativas no período entre safras (do outono à primavera), quando encontram um ambiente mais
propício para o seu ciclo de vida.
As Salinas de Rio Maior constituem um dos raros locais com uma população endémica de Artémias. Grande parte das populações do Mediterrâneo e Atlântico foram gradualmente
substituídas por uma espécie invasora, a Artémia Franciscana.
Estes pequenos crustáceos pertencem à ordem Anostraca, possuem uma coloração variada que vai do translúcido, rosa pálido ao avermelhado, de acordo com o maior ou menor grau de
salinidade e oxigénio no ambiente onde se encontram.
As Artémias estão em constante movimento, com os seus 11 pares de pernas com cílios, de modo a filtrar a água e, assim, respirar e alimentar-se dos detritos orgânicos em suspensão, de micro-algas e de bactérias.
Não se registam grandes alterações neste crustáceo desde o seu primeiro registo fóssil há cerca 100 milhões de anos, sendo um autêntico fóssil vivo.